Segredos sexuais: por que os brinquedos eróticos não deveriam ser tabu

  •  Icone Calendario7 de julho de 2019
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  • Tayla Pinotti
 Tabu - Segredos sexuais

Quando uma pessoa pensa em comprar algo em um sex shop online, a primeira preocupação é: será que os produtos chegam em uma caixa discreta?

Isso acontece porque, apesar de serem mais comuns do que se imagina, os brinquedos eróticos ainda são encarados como um segredo sexual para muitas pessoas, já que podem ser vistos como algo “pervertido” ou até mesmo sujo.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico (ABEME), as mulheres representam 70% da clientela de sex shops, o que mostra que ainda há muito preconceito e machismo quando o assunto são os brinquedos sexuais.

Uma pesquisa que aborda o comportamento do Consumidor de Produtos Sensuais e Eróticos do Município de Fortaleza/CE afirma que “com o estereótipo de que é própria da mulher a saúde sexual do casal, e sua própria sexualidade, estas têm recorrido a este mercado para se sentirem mais belas e sensuais”.

No entanto, ainda é normal que mulheres sintam-se acanhadas ao entrar em uma loja de produtos eróticos. Funcionários e proprietários e sex shops costumam afirmar que os clientes, no geral, sentem um “misto de vergonha e curiosidade”.

Muitas pessoas têm um imaginário distorcido dessas lojas, acreditando que os brinquedos são apenas vibradores e bonecas infláveis, mas essa é uma visão limitada, já que o mercado vem inovando cada vez mais e já é possível encontrar cosméticos, lingeries, fantasias e até itens de higiene.

Os brinquedos eróticos aparecem em diferentes períodos da história

Uma das razões pelas quais os brinquedos sexuais não deveriam ser considerados um tabu é o fato de que os primeiros produtos eróticos surgiram nos anos 500 a. C. na Grécia, de acordo com dados históricos. Por volta de 1200 d. C., na China, esses produtos sofreram uma tímida evolução.

Os vibradores mais próximos dos modelos que conhecemos hoje, por exemplo, surgiram em 1869, mas para uma função bem específica: curar uma doença chamada histeria, que atingia mulheres e grande parte da população europeia no século XIX.

Médicos indicavam o uso de vibradores porque o estímulo sexual que esse tipo de brinquedo proporciona era a forma mais eficiente de controlar os ataques de ansiedade que deixavam as mulheres da época descontroladas.

Isso prova, então, que esses produtos podem ser muito mais do que brinquedos, já que, além de proporcionarem prazer, também amenizam sintomas como estresse, ansiedade, insônia, irritabilidade e nervosismo.

Brinquedos sexuais são sensuais, não pornográficos

Um documento com o Resumo do Mercado Erótico e Sensual no Brasil feito pela ABEME relaciona o fato do alto número de pontos de venda de produtos eróticos – já são mais de 10 mil, além de 650 lojas virtuais – a uma mudança de visão, na qual o sensual não é o mesmo que pornográfico.

As empresas que trabalham no setor, inclusive, estão direcionando esforços para afastar a imagem de vulgaridade atrelada ao ramo para conquistarem mais consumidores, o que tem funcionado, já que o crescimento nas vendas aumenta anualmente.

Além disso, o mercado de produtos eróticos tem levado cada vez mais o conceito de empoderamento à sério, já que o público feminino está se sentindo mais livre e explorando a própria sexualidade.

Donos de lojas de brinquedos sexuais, então, apostam na ideia de que casais empoderados tem mais propensão a conhecerem novos produtos e esperam que seja cada vez mais natural tratar do universo erótico.

Em pesquisa que revela o comportamento do consumidor de sex shop, realizada para o Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, os dados revelam que as principais motivações para homens e mulheres buscarem brinquedos eróticos são a vontade de apimentar a relação e o desejo de quebrar a rotina do relacionamento.

Diante disso, é possível notar que a compra desses produtos está muito mais relacionada a um desejo que envolve a sensualidade e vontade de agradar o parceiro do que a um conceito de pornografia ou indecência.

Sendo assim, os brinquedos eróticos não deveriam ser tabu e nem motivo de vergonha. Mulheres e homens, independentemente de suas preferências sexuais, deveriam buscar estes produtos pelo menos uma vez, nem que seja para experimentar.

No entanto, é preciso ficar atento na hora de comprar. O ideal é sempre buscar por produtos com o selo da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), que certifica as lojas credenciadas e verificar se os cosméticos estão registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).



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